quinta-feira, 24 de março de 2011

Bayonetta (X-Box 360 e PS3)

INTRODUÇÂO
     
     Primeiramente entendam uma coisa: a Bayonetta é tipo a Cláudia Raia estrelando uma comédia musical chamada "The Witch of War May Cry".



     


     E não entendam isso como algo necessariamente ruim. Bayonetta é um dos poucos jogos que joguei em 2010. Achei excelente e recomendo. Abaixo digo o porquê.

     A criação do jogo foi dirigida por Hideki Kamiya, diretor de outros jogos como Devil May Cry, Okami e Viewtiful Joe. O jogo foi desenvlvido pela Platinum Games e publicado pela Sega.

     À primeira vista pode parecer um jogo superficial, baseado puramente em fan-service direcionado à adolescentes embriagados de testosterona. E e não deixa de ser, só que enfatizar esse aspecto do jogo e esquecer suas outras qualidades seria injusto.

      Pra começar, o jogo não se leva tanto a sério, ele tira sarro de si mesmo em vários momentos. O humor é refinado e presente em quase todos os diálogos. Há referência a filmes e piadas sobre outros jogos (Resident Evil 4 e Devil May Cry, por exemplo) e paródias com clássicos da Sega, como Hang On, Out Run, Sonic e Space Harrier, contando inclusive com músicas remixadas. Retro-gamers vão cagar de rir em alguns momentos e sentir nostalgia.

 MÚSICA
     A música não cansa os ouvidos, é bem composta, variada e bem executada. Pode jogar com o volume no talo.

GRÁFICOS
     Os gráficos do jogo são excelentes. 60 fps fixos em todos os momentos (adoro 60 fps). Mas dá pra ver o truque que usaram; a distância de formação do cenário é sempre curta, ou seja, não há ocasiões onde se pode dar um grande zoom-out pra enxergar o cenário todo. Praticamente só se vê locais próximos, onde se pode andar.




HISTÓRIA
     Por trás de todos os decotes, poses e cabelos esvoaçantes, podemos perceber que existe um plot quase razoável, que passa por sociedades secretas, bruxas, artefatos (claro!) e hierarquias de divindades. Há um pouco de mistério e algumas revelações, nada muito inovador, mas bom o bastante para ficar curioso em ver o final.




GAMEPLAY
     Quem já jogou Devil May Cry, God of War ou algum de seus clones, vai se sentir em casa. 80% do jogo é "andar e bater".
    Há uma evolução direcionada das habilidades da personagem, que se dá de acordo com o gosto do jogador. Pode-se melhorar as habilidades com armas por exemplo ou focar em execução de magias. Existem tantas armas e magias pra evoluir que dificilmente duas pessoas jogarão da mesma forma ou terão duas Bayonettas igualmente evoluídas. Isso é brilhante.
     A grande sacada da jogabilidade, no entanto, está na forma de acionamento do "bullet time" (sim, é claro que tem); quando se consegue esquivar de um golpe inimigo no último instante (e existe um botão só de desvio), o tempo corre mais devegar e tudo fica em câmera lenta por alguns segundos, menos a Bayonetta. É a hora de usar as sequências mais longas e espalhafatosas.
     É muito divertido baixar o cacete em trocentos bichos, ficando de olho em qual vai conseguir te acertar um ataque e no momento exato desviar e baixar mais ainda o cacete depois disso.

    

 A única ressalva fica por conta da pouca liberdade para explorar os cenários. O esquema é na base de corredores ligando salões e é impossível se perder. Em alguns momentos dá pra cansar da pancaria e de alguns inimigos muito repetidos. Mas são tantos combos, armas, magias e formas de atacar que a gente acaba criando a variação necessária para manter o interesse nos combates. Pegar uma arma nova é motivação o bastante para jogar uma fase inteira de novo.
     O jogo é recheado de extras. Chefes secretos quase impossíveis de matar, armas escondidas, manhas de se conseguir mais dinheiro pra comprar magias, roupas, personagem secreto selecionável, cristais escondidos nos cenários e galeria.

DIFICULDADE
     Joguei no normal, é claro. Me nego a jogar no easy.
    Não é um jogo muito fácil não. Tomei alguns game overs, mas os check points são muitos e quando se morre, não se perde quase nada do que foi feito. Chega a ter check point entre uma transformação e outra do chefe de fase. A dificuldade extrema fica por conta dos desafios extras. Vencer nos coliseus (arenas achadas em locais secretos no jogo) é quase impossível. Para ver os chefes secretos e todas as armas extras, eu me rendi ao youtube, assumo.



O "VIRA"
     É o final do jogo, os créditos. Thank you Mario, but your princess is in another castle. "Congratulations".
     Heheh, quando o vira era ruim, a gente costumava dizer que ganhou só um "Congratulations" no final.
    Quase ninguém fala do "vira" esses dias. Essa é uma parte importante. É o vira que dá o gostinho final à jogatina, que nos deixa animados ou não para uma sequência. O minuto de fama para toda aquela lista de programadores e designers, grandes artistas da nerdice mundial.
    O vira de Bayonetta é simplesmente espetacular. Me lembrou o vira dos jogos da square da década passada. Vale muito à pena jogar pra ver esse vira.

CONCLUSÃO - Nota 8,7 no geral.
     Recomendado, principalmente para os que terão condições de entender as piadas subliminares.
    Pra quem começa o jogo, digo apenas que não caiam na armadilha de desmerece-lo logo de cara. As primeiras 2 fazes são enfadonhas, repetitivas, recheadas de tutoriais que ensinam somente o óbvio. A partir da terceira fase a coisa começa a fluir.




     Agora quero jogar Vanquish, o novo jogo feito pela Platinum Games (guarde esse nome).